Foto Jornal Digital
Breves
* No Estabelecimento Prisional de Sintra foi na quarta-feira apresentado um projecto: “Rumos de futuro”. (link)
* “Casos isolados” de violência policial foram objecto de investigação no Conselho da Europa. (link)
Lendo com olhos de ver estas duas notícias, não é fácil ser imparcial. À vista desarmada, as cataratas nos olhos já cansados dos tipos mais batidos nestas andanças, começam a coçar-se na posição tomada pelo Comité Anti-Tortura. Numa derradeira tentativa de separar o trigo do joio, não consigo evitar um ligeiro sorriso pela primeira e um esgar nervoso pela segunda. É complicado.
De algum tempo que levo na companhia de quem nunca vi mais gordo anteriormente, afeiçoei-me ao banditismo de nível mais geral contra a prepotência das forças de segurança, e é sabido que a maior parte dos policiais nunca morreu de amores pelos maus-da-fita. O mesmo acontece se invertermos os predicados, adjectivos, e alguns complementos mais directos.
Tentando observar toda esta vida de cárcere de um ângulo mais longínquo, chego à conclusão que polícias e ladrões continuarão a ser o Benfica-Sporting das ruas mal-afamadas, o rato e o gato das travessas e calçadas deste país, e não há maneira alguma de se livrarem da má fama.
Bom seria que Mikhail Aleksandrovitch Bakunine tivesse razão quando afirmava que as energias deviam ser concentradas na destruição das coisas e não das pessoas. Talvez os presídios deixassem de fazer sentido.
(já não bebo mais nada hoje)
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