domingo, janeiro 07, 2007

Ano Novo, vida nova



Quando, por qualquer motivo, as perspectivas se encantam no marulhar dos sonhos que toda a gente tem, costuma dizer-se; ano novo, vida nova. Sem as maiúsculas que estorvam o motivo.
Mas para muitos dos inquilinos do Palacete nunca o será. A realidade assim o dita. No entanto, para alguns outros, existe o secreto anseio de que a vida mude. Que o ano troque os passos ao destino. Que se abram portas e janelas e floresçam cravos e sardinheiras nas varandas, como diria qualquer poeta que preze a liberdade em qualquer tertúlia.

Olhando bem de frente para todos estes gajos, que estimo e respeito, pressinto (e já uma vez aqui o disse) no olhar de muitos deles um querer andar p’ra trás. Parar a máquina do tempo em determinada altura da sua própria vida. Mas não o dizem, e nem sequer admitem que outros olhos vejam aquilo que todos eles querem esconder. Apercebi-me disso nos ortodoxos. Nos ucranianos. Naquela malta daqueles sítios e em mais gente que cortava um braço para poder voltar a ser menino.

O mel e o trigo no Natal destes companheiros de celas idênticas, são os brasões da cultura deles. O significado dos doze pratos é, muito naturalmente, também o nosso, E enquanto eles com alho tentam afastar as coisas más, outros o fazem com o terço ou crucifixo. É só uma questão de trocar Oktiabrsk por Leiria. Natalia Vaskovska por Maria Albertina. Afinal, estamos todos no mesmo barco. E o que senti é que temos que ter esperança que os ventos e as correntes nos levem a porto seguro quando lhes desejei, antes de me deitar, Veseloho Vam Rizdva.

3 Comments:

Anonymous Anónimo said...

É pá, Zé "Prisas", escreves bem! Gostei.

Jaime
www.blog.jaimegaspar.com

11:23 da tarde  
Blogger Dunyazade said...

A vida não se detém, infelizmente, não é? :/

*****

1:41 da tarde  
Blogger Rui Curado Silva said...

Bom ano pessoal!

3:11 da tarde  

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