Crime, disse ele
“O homem livre não age nunca com fraude, mas sempre de boa-fé.”
Baruch de Espinoza
É natural que à volta deste espaço se sinta alguma curiosidade sobre o que leva um presidiário a entrar em contacto com o mundo exterior através do sistema blogspot. Nada de mais. Tal como faço nas actividades da prisão, procuro preencher o tempo tentando de alguma forma não perder o comboio da actualidade.
Além disso, como recluso um pouco privilegiado derivado à postura com que me movimento na vida prisional, é também uma forma de interligar, e canalizar, os interesses dos companheiros que repartem comigo as suas próprias penas.
Por isso, a gravidade dos crimes cometidos condiciona determinadas liberdades na vida prisional como já deu para perceber. Tirando o facto de estar limitado nas informações que transmito (por razões de segurança interna) grande parte dos reclusos da minha ala trabalha. Temos oficinas e bons profissionais. Gente com jeito para o futebol (já ganhámos ao Benfica) e óptimos actores.
Parecendo intrigante há gente notória, e muito acima da mediania do homem comum, que teve azar. Homens letrados que expiam as suas culpas tentando, de muitas e variadas formas, recuperar a dignidade perdida. Muitos deles escrevem também os seus segredos muito melhor do que eu, diga-se de passagem. Mas são fechados como as portas metálicas do interior. É um direito que lhes assiste, e tenho pena de o não poder divulgar aqui.
Resumindo: neste núcleo duro onde se pretende aperfeiçoar o nosso lado mais humano, somos pessoas normais que estão a pagar uma dívida à sociedade por um percalço que qualquer um pode estar sujeito. As feras, essas, como diz Pessanha, estarão irremediavelmente perdidas. Para pena minha.
Baruch de Espinoza
É natural que à volta deste espaço se sinta alguma curiosidade sobre o que leva um presidiário a entrar em contacto com o mundo exterior através do sistema blogspot. Nada de mais. Tal como faço nas actividades da prisão, procuro preencher o tempo tentando de alguma forma não perder o comboio da actualidade.
Além disso, como recluso um pouco privilegiado derivado à postura com que me movimento na vida prisional, é também uma forma de interligar, e canalizar, os interesses dos companheiros que repartem comigo as suas próprias penas.
Por isso, a gravidade dos crimes cometidos condiciona determinadas liberdades na vida prisional como já deu para perceber. Tirando o facto de estar limitado nas informações que transmito (por razões de segurança interna) grande parte dos reclusos da minha ala trabalha. Temos oficinas e bons profissionais. Gente com jeito para o futebol (já ganhámos ao Benfica) e óptimos actores.
Parecendo intrigante há gente notória, e muito acima da mediania do homem comum, que teve azar. Homens letrados que expiam as suas culpas tentando, de muitas e variadas formas, recuperar a dignidade perdida. Muitos deles escrevem também os seus segredos muito melhor do que eu, diga-se de passagem. Mas são fechados como as portas metálicas do interior. É um direito que lhes assiste, e tenho pena de o não poder divulgar aqui.
Resumindo: neste núcleo duro onde se pretende aperfeiçoar o nosso lado mais humano, somos pessoas normais que estão a pagar uma dívida à sociedade por um percalço que qualquer um pode estar sujeito. As feras, essas, como diz Pessanha, estarão irremediavelmente perdidas. Para pena minha.
5 Comments:
Olá ..bom dia ...aliás ..aí já é boa tarde ...
Boa ..folgo em saber que se produzem "coisas"..sem dúvida isso ajuda ..de muitas maneiras...
Estou a fazer o almoço e tenho a carne na panela de pressão...tenho que estar atento...
Só passei para dar um oi... e um abraço a vcs todos ...esses do nucleo duro...
Pões musicas ..no teu blog ..fazes bem ..então pega lá uma feita por mim...
http://www.savefile.com/projects.php?pid=310733
espero que gostes...
Corsário Negro
é um sucesso multidimensional de um blog!!!
parabéns
py
Mas com certerza as feras são uma minoria.
Very best site. Keep working. Will return in the near future.
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I really enjoyed looking at your site, I found it very helpful indeed, keep up the good work.
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