Portugal - Angola
“… se o espírito do homem não viver por grandes causas, o seu corpo pode morrer em qualquer dia.”
João-Maria Vilanova
Escrever sobre prisioneiros de guerra, sobre prisioneiros políticos ou sobre presidiários, é muito difícil. Um tema que poucos abordam nos blogues portugueses pela dificuldade de entender os seus próprios motivos e as consequências que os levaram a tal estado.
Escrever sobre emoções e causas ainda é mais.
No meu fim-de-semana de concessão de liberdade precária, passear pela minha cidade, ainda assim, fez-me bem. Ao rever as ruas, os becos e as avenidas da minha infância, congratulei-me. Tive a sorte de assistir à união de dois povos que labutam no dia-a-dia da cidade por uma causa com emoções que só o futebol pode aproximar numa esquina onde haja um televisor ligado numa loja de consumo. E libertei-me um pouco dos fantasmas da vida que se leva por estas bandas, reflectindo. Muito. De tal forma, que regressei mais cedo do que a hora prevista.
Depois de rever a família, os amigos, os lugares sagrados da minha penitência, dei comigo numa de Rodin: meditar. Meditar apenas sobre o filme da minha própria vida e os resultados que obtive. Quase nada.
Pode perder-se várias amizades – o que muito custa – por se ter sido considerado culpado na pena à qual se estará ligado por mais uns tempos. Pode perder-se o desenvolvimento e o progresso dos novos embriões na casa de família e, pode perder-se, sobretudo, a forma de como antes nos víamos ao espelho. No entanto, nunca se poderá perder a dignidade de defender tudo aquilo em que se acredita. A amizade é uma delas, e um valor acrescentado onde (ainda) não se paga imposto.
E nesta multiracialidade, que também se vive aqui, perder a companhia dos amigos Palancas Negras que cá tenho seria uma desfaçatez nas emoções que se vive em cada vinte e quatro horas que vivemos juntos. Por isso, regressei mais cedo. Para podermos estarmos unidos num dia histórico.
Só para que conste. Porque o resultado do jogo nunca fez diferença.
Fiquem bem!
João-Maria Vilanova
Escrever sobre prisioneiros de guerra, sobre prisioneiros políticos ou sobre presidiários, é muito difícil. Um tema que poucos abordam nos blogues portugueses pela dificuldade de entender os seus próprios motivos e as consequências que os levaram a tal estado.
Escrever sobre emoções e causas ainda é mais.
No meu fim-de-semana de concessão de liberdade precária, passear pela minha cidade, ainda assim, fez-me bem. Ao rever as ruas, os becos e as avenidas da minha infância, congratulei-me. Tive a sorte de assistir à união de dois povos que labutam no dia-a-dia da cidade por uma causa com emoções que só o futebol pode aproximar numa esquina onde haja um televisor ligado numa loja de consumo. E libertei-me um pouco dos fantasmas da vida que se leva por estas bandas, reflectindo. Muito. De tal forma, que regressei mais cedo do que a hora prevista.
Depois de rever a família, os amigos, os lugares sagrados da minha penitência, dei comigo numa de Rodin: meditar. Meditar apenas sobre o filme da minha própria vida e os resultados que obtive. Quase nada.
Pode perder-se várias amizades – o que muito custa – por se ter sido considerado culpado na pena à qual se estará ligado por mais uns tempos. Pode perder-se o desenvolvimento e o progresso dos novos embriões na casa de família e, pode perder-se, sobretudo, a forma de como antes nos víamos ao espelho. No entanto, nunca se poderá perder a dignidade de defender tudo aquilo em que se acredita. A amizade é uma delas, e um valor acrescentado onde (ainda) não se paga imposto.
E nesta multiracialidade, que também se vive aqui, perder a companhia dos amigos Palancas Negras que cá tenho seria uma desfaçatez nas emoções que se vive em cada vinte e quatro horas que vivemos juntos. Por isso, regressei mais cedo. Para podermos estarmos unidos num dia histórico.
Só para que conste. Porque o resultado do jogo nunca fez diferença.
Fiquem bem!
6 Comments:
tenho visitado a sua casa com regularidade e sinceramente gosto muito do que escreve e dos sentimentos que transparecem nas palavras.
não sei o que é viver sem liberdade, mas sei que, por vezes, a própria vida é uma prisão.
o seu sentimento de amizade pelos Palancas tocou-me muito, apesar de não ser de angola. ontem, também não me importaria nada que os palancas ganhassem. Força e Coragem. Há sempre uma nova vida á nossa espera.
E aí velho ...como vais ?
Vou começar a visitar-te sempre que puder..hypergeográficamente ...
Meditar é bom..fazer coisas tb..
Aí ..consegues fazer alguma coisa ?produzir alguma coisa ..?
É verdade que já produzes este blog ..que diga-se de passagem ..está bastante bom..
Olha ..antes de ontem vi um filme ..Diários de motocicleta..baseado numa viagem pela américa latina pelo Che Guevara...de moto...
É curioso como tentam aumentar a aura dele ..a uma certa altura mostram que ele atravessa o rio amazonas ..a nado...
Será que ele precisa que lhe aumentem a aura ?
fuerza aí...
Corsário Negro
Olá. Todo o jogo da vida é procurar converter o negativo em positivo, e tentar evitar que o positivo degenere em negativo, por causa dos riscos dislécticos associados a tudo.
Assim quanto mais difícil é uma situação maior o seu potencial de reconversão. Ou seja, maior a possível recompensa.
Tudo em termos espirituais, ou mentais, claro.
Achei curioso que tivesse voltado mais cedo. Se estava tão bem cá fora, porquê essa pressa de voltar?
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