sexta-feira, agosto 18, 2006

Mão ao ar! Isto é um assalto.



"Uma civilização é julgada pelo tratamento que dispensa às minorias."

Mahatma Gandhi


Em Almada. Como podia ser em qualquer parte deste mundo que nos cerca.


Estes, ontem, tiveram melhor nota.

Então é assim:
quando um gajo quer ter sucesso num assalto, há que ter duas coisas primordiais em conta. Primeira, o factor surpresa. Segunda, a rapidez na execução do serviço.
Olhando de perto este caso de Almada, concluímos que se tratou duma acção esporádica. Um tipo que, por qualquer razão, quis resolver rapidamente uma situação ingrata na puta da vida que muitos dos que escrevem em qualquer pedaço de papel também podem ter. Ninguém no seu perfeito juízo criminal, que determina a qualidade de um assaltante, quer no seu curriculum falhas destas. Costuma dizer-se por estes lados que quando a determinação nos aproxima do precipício que escolhemos para saltar, ou é sim ou sopas.

Em termos mediáticos este caso foi um fracasso. O assalto também.
E quando visualizamos o aparato com que a operação se fez, mais as gaffes de um policial entrevistado nos meios de comunicação social, quando refere o “homem de 34 anos, de sexo masculino” mais o alerta para que a população acate as ordens das forças de segurança para “ tiros disparados” quando ocorrem situações como esta, constatamos que também não ajuda grande coisa à eficácia que as mesmas deviam ter. Mas isto, sou eu a dissertar.

Libertem o homenzinho com as armas de plástico e perguntem-lhe em que é que o podem ajudar. O tal "homem de trinta e quatro anos, de sexo masculino" agudizará ainda mais os seus problemas se vier aqui parar.
Isso sim, era serviço público, pedagógico e social.

Ao som dos Bee Gees, me despeço com um até amanhã.
Camaradas?




ps - Por questões de protocolo e revisão analítica deste espaço, fica o aviso: nunca façam nada que perturbe a ordem pública, não se metam em cegadas - muito menos com bandidos - e tenham cuidado com o que bebem comem e fumam.
Pareço quase o padre da freguesia, mas tem que ser assim.

7 Comments:

Anonymous Anónimo said...

olha um tipo inteligente:

http://expresso.clix.pt/Actualidade/Interior.aspx?content_id=367533

7:41 da tarde  
Blogger Zé "Prisas" Amaral said...

Amigo António Rosa:
grato pela oportunidade, mas sempre fui um tipo recatado e não me estou a ver retratado em trinta ou quarenta páginas que eventualmente possa ter guardadas na gaveta da escrivanhinha da minha cela.
De qualquer modo, a vida dá imensa voltas e é bom ter alguém com quem contar.
Um igual abraço.

Anónimo:
já fomos lá espreitar. O "Pirata" é um verdadeiro artista, e também é Zé.
Um dia destes conto dos Zés que por cá temos e que também fazem coisas "esquisitas" que são o rosto das suas próprias fantasias.
Ou sonhos, como refere tal artista.
Um obrigado aqui da malta.

1:21 da tarde  
Blogger jpt said...

mas posso fumar um rothmans enquanto leio? não cai na alçada do pecado?

8:05 da manhã  
Blogger Zé "Prisas" Amaral said...

Claro que não, jpt.
Mas cá para nós, se a possibilidade monetária fosse maior, era mais Cohiba ou Bolivar.

11:12 da manhã  
Blogger Macro said...

Boa noite,
aqui chego vindo acolá do Jumento
e dou com isto: um blog impecável na forma e no conteúdo.

E os Bee Gees fizeram a minha adolescência, mudei-me de puto para homem ouvindo o Travolta, que memórias q aqui se colhem..infinitas.Já viajei um bom pedaço, e só recordei umas coisas coadjuvado pela música que faz milagres.

De facto, constato que é mesmo preciso ser-se livre para se ter memória, e só assim escreve Aquele que tem ambas as qualidades, creio..

Por isso lhe agradeço este espaço que acabo de visitar e que amanhã vai levar com um link no Macroscópio.

No fundo, para soltarmos as amarras e sermos livres, temos de de nos "amarrar" a qqr coisa: livros, música, um cigarrito, muita ginástica para manter a forma geral do físico (essencial isto e beber muita água)...estes nc nos traem.


A liberdade sp foi esse majestoso poder de saber enfrentar a solidão, em qqr parte da cidade ou do mundo.

E como dizia o Epicuro (que eu não conheci...) -

"Contra tudo o que é estrangeiro, podemos encontrar segurança, mas a morte faz que todos nós, homens, habitemos uma cidade sem defesa"

Os meus melhores cumprimentos
E bons posts
Cá regressarei
Rui Paula de Matos
Macroscópio

1:37 da manhã  
Blogger Grilinha said...

Ainda aqui ando (vou continuar a ler o teu blog e a comentar - enquanto o permitires).
mais uma vez me quedei num post cheio de verdade e profundidade.
Os Bee Gees, John Travolta, Saturday night fever .... são nomes, músicas, filmes e danças que ecoam na minha cabeça recordando a passagem de teenager a twenty, de menina a senhora casada.
Não te critiques por dar conselhos ou te comparares ao padre da aldeia que, pode não fazer milagres, mas pelo menos faz algum "serviço público" nos seus sermões.
Bom Fim de Semana e aproveita para dar mais uma volta pela nossa bela Lisboa mesmo cheia de baton e rimel o fado e o cheiro a sardinha assada nunca desaparecerão.

1:54 da manhã  
Blogger pasta7 said...

fala a voz da experiência! palavras sábias e naõ "sabidas". obrigado.

6:01 da tarde  

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