Desigualdades
Aqui há tempos li numa entrevista feita por Ricardo Jorge Costa, jornalista que mais parece ser uma dupla de centrais, a Angelina Carvalho, licenciada em Línguas e Literaturas Modernas pela Faculdade de Letras da Universidade do Porto, em que afirmava, e passo a citar, “A escola é reprodutora de desigualdades sociais."
No tema que serviu de tese num dos seus trabalhos, a Lina refere-se propriamente à escolarização e ao ensino em Portugal.
Acredito que tal análise tenha alguma razão de ser porque presenciei as ditas nos betinhos da minha escola antes de entrar para a Faculdade real da vida, e a faculdade que nos permitiu escolher o “curso”.
Eles eram mochilas da Nike com três bolsas. Eles eram canetas e lápis e cadernos das melhores grandes superfícies. Eles eram endinheirados e petulantes com a mania que eram bons, e isso era fodido para quem não nasceu com o cu virado para o satélite. Uma das causas fortes para explicar tanta criminalidade poderá estar na origem desta simples constatação.
No entanto, desigualdades houveram sempre.
Existem de facto nos dias de hoje, e jamais deixarão de fazer parte do nosso percurso dos anos vividos enquanto não se alterar a ligeireza social de posse, de riqueza, de extravagância e opulência na comunidade.
(Pareço quase um libertário a palrar sobre um palanque, mas sou mais do tipo libertino a quem o dia de amanhã pouco importa. Por razões óbvias)
Novos nestas andanças da banda larga, a quem nos foi dada a oportunidade de exprimir alguns estados d’alma que um Programa Prisional nos resguarda a retaguarda, detectamos que na Internet não é diferente. Nem nas visitas aos domingos desta gente que vem de longe para beijarem uma espinha que lhes está atravessada na garganta.
Ou, propriamente, em qualquer lado onde as desigualdades de boa gente que vem por aqui sabe que subsistem da limitação do seu próprio trabalho, ou de gente mais comum que tenta sobreviver com o ordenado que tem.
Melhor mesmo é ficar por aqui, na "prisa". Até as coisas melhorarem.
3 Comments:
Houveram não, houve (obviamente apaga o comentário depois de o leres)
Não apago coisa nenhuma, permita-me com sua licença. Primeiro porque os meus professores de Português, se ainda estão vivos, não me iriam perdoar. Segundo, se a Dra. Edite Estrela corrobora do diploma que me passou, conseguir-se-á ultrapassar a traiçoeira linguagem que nos une.
É que está bem escrito. Ou escrevinho. Apenas pode pecar pela modernidade.
No entanto, sei que o reparo foi feito com a melhor das intenções.
...mas olha que noutros tempos eu também escrevi "houveram" porque era o plural tomado à letra, depois explicaram-me uma coisa cheia de termos técnicos, que não percebi, mas concordei que "houve" é mais bonito. Agora escrevo assim.
py
Enviar um comentário
<< Home