A fuga
Domingo é um dia de fuga. Dos que fogem ao trabalho e da cidade. Dos que fogem ao sistema e aos impostos. Dos que fogem à rotina e depois batem com os costados às nove da noite nas celas de apresentação que temos por aqui. E foi precisamente num domingo que Deus fugiu depois de se ter apercebido que a Obra estava feita, segundo consta. Tal como os prisioneiros aliados da 2.ª Guerra Mundial o fizeram no Estádio Colombes, em Paris, no que os alemães julgavam ser mais uma jogada de propaganda nazi e se traduziu num embaraço que Karl von Steiner teve dificuldades em explicar.
A nossa fuga ao domingo tem outra vertente; fugimos às tarefas e temos rancho melhorado. Vestimos de lavado os sonhos e sentimentos, visto a maior parte desta malta estar de perto com a família. E é giro, e ao mesmo tempo angustiante, garanto. E por uma questão psicológica e social, já nos apercebemos que toda a gente gosta de fugir. Até os tipos que escrevem em blogues.
Nós sendo regra, somos os únicos que podem fugir à excepção; precisamente porque é difícil fugir daqui e talvez a fuga possível seja aquela daquilo que somos.
Por isso, escrevemos ao domingo.
4 Comments:
este que nos dás a ouvir hoje foi também um exemplo de fuga... ou não?
às vezes ao domingo fico com o síndroma de fim de fim-de-semana. Hoje aconteceu-me isso. Fugi para os blogs para fugir ao síndroma.
Agradeciamos que nos ajudassem a divulgar esta causa:
http://www.petitiononline.com/alviela/petition.html
Assinem! Obrigado
* Claro, Elipse. Perspicácia e observação não faltam.
* Por vezes é uma fuga que compensa, Tânia.
* Já o fizemos, Liliana. Não tem que agradecer.
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