Rir é o melhor remédio
A crer no acordo do Novo Quadro de Apoios Financeiros da União Europeia, os investimentos - públicos e privados ao nosso país com uma data de siglas por detrás - ascendem a mais de quarenta mil milhões de euros.
Dasse…quarenta mil milhões é muita massa. E agora com a presidência portuguesa à cabeça poder-se-á perguntar: vão ser investidos em quê?
Estando nós limitados a questionar o Sr. Primeiro-Ministro sobre “selectividades” e “escolhas políticas rigorosas” que a Agência Lusa noticiou como sendo palavras dele, no entanto, não deixamos de pensar sobre a finalidade na utilização de tais fundos comunitários que da proveniência poucos sabem.
Dando de barato, poderia acrescentar que a aposta nas “novas tecnologias” não adiantam muito se as pessoas não forem formadas. A também crer nos números de escolaridade e formação profissional da rapaziada toda que habita este cantinho à beira-mar, não se prevê, ao seguirmos o percurso das reformas sociais que este governo tem quase imposto, estejam para aí virados. Se calhar, novas estradas. Algures uma ponte, um aeroporto. Uma estância balnear ou mais dois ou três estádios de futebol, enquanto se vão fechando escolas, centros de saúde, maternidades, e até já se fazem negócios com a venda das prisões.
Sei que somos olhados como sendo ninguém. Malta reles e estupidificada.
Mas de qualquer forma, mesmo sem o canudo de engenheiro, sabemos que um edifício se constrói pelos alicerces. E as fundações são importantes porque os terrenos podem ser movediços e ter problemas de estruturas frágeis. Provavelmente, enquanto houver fome e miséria, desemprego e exclusão, gente iletrada e doente, não há milhões que cheguem.
Nem que fossem quatrocentos mil milhões, dizemos nós.
7 Comments:
A "malta reles e estupificada" não sei o que é, mas aquilo que escreves, Zé, parece-me da mais óbvia coerência e sensatez. As fundações e os alicerces são apenas o começo, e sem se começar não há nada que se acabe. Eu voto na tua ideia para os tais milhões. Educação, formação e saúde são as bases mais básicas de todas. Vota nelas para os milhões que aí vêm. Porque se não for agora se calahr não vai ser nunca que este país avança.
Era bom que os politicos se detivessem para ouvir os que pensam que não são ninguém mas conhecem os "terrenos". Podia ser que ficasse alguma coisa nas memórias ...
Anónimo 5
"Sei que somos olhados como sendo ninguém. Malta reles e estupidificada."
Se assim fosse como explica o suceso do blog, a sua escrita, as suas ideias, criticas, etc?
Acha que "ninguém" faz tal espelho da sociedade?
O olho do outro é o nosso espelho, nao deixe que o vejam assim.
Nunca se esqueça: "o outro é o nosso espelho e NÓS Somos o espelho da SOCIEDADE em que vivemos"
Ainda estarei p'ra ver quantos gajos se vão "abotoar" a algumas fatias desse "bolo"...
saddam, o dos fados
Olá Zé
Agora, já começas a "conhecer" a Nucha.
Alguém que tenta viver entre a "ficção " e a "realidade" numa "mistura explosiva" como bem dizes.
Concordo contigo em quase tudo o que dizes, excepto no que respeita a "sermos olhados como ninguém"...
Todos temos a nossa identidade, todos somos alguém!
Vai um abraço com sardinhas assadas, caracóis da Esperança (na Madragoa) regados com vinho da casa.
Tens toda a razão ZÉ!
Investir? De modo rentável e duradouro?
Educação!Educação!Educação!
Formação!Cultura.
Mas, há "ões" mais imediatamente visíveis- alcatrões, fundações,...
Mas, ouve lá: se calhar estamos para aqui a transgredir as instruções daquela senhora Secretária de Estado que disse quais os locais onde se pode dizer mal do Governo. E desses locais com via verde não constam nem os blogs nem as prisões...
Portanto, temos de ter cuidado, se não ainda vamos ter processos disciplinares...
Pela 1ª vez visito o seu espaço através do blog «Peciscas» e deliciei-me a ler, concordo com tudo o que escreveu, mas já digo o mesmo que o «Peciscas»:cuidado com os processos disciplinares!!!
Li nos comentários que deixou no «Peciscas» que gosta do Alentejo, pois os meus ultimos posts têm sido precisamente sobre o Alentejo.
Continuo a divulgar os meus passeios pelo Alentejo, a ultima reportagem fotográfica foi de Moura.
Bom fim de semana.
Curiosamente, noto que todos os que por aqui comentam - sejam anónimos ou não - partem do princípio de uma valorização humana, antes de tudo.
E sinto que os papéis possam estar invertidos. Porquê? Porque se as sociedades modernas deviam ser orientadas por pessoas honestas e inteligentes que proporcionassem melhor qualidade de vida aos cidadãos a coisa ficava mais bem composta.
Para mim, era suposto serem alguns comentaristas deste espaço a decidirem as questões que preocupam este país.
Mas como disse, os papéis estarão trocados e nem sempre são os melhores que decidem da vida de cada um de nós.
Cabe-nos agradecer a lucidez e as opiniões que nos fazem chegar a este Palacete.
Um bem-haja a todos.
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