Jornal de parede
Enquanto esperamos resultados da Lei da Atracção, e se vai descobrindo que, afinal, há mais gente ilustre e pública com telhados de vidro e o drama autárquico se vai arrastando, pensámos em seduzir madrinhas e padrinhos de reclusos. A coisa é fácil de adoptar tendo em vista que daqui ninguém lhes irá fazer mal.
A ideia consiste em elaborarmos mais um aniversário do nosso Jornal de parede com textos sobre assuntos que são do agrado de quem o tem feito neste últimos anos de reclusão. E temos alguns tipos que quem os visse ou ouvisse não os levava presos.
Trata-se, a meu ver, de uma medida pedagógica de elevado grau de sensibilidade social – sim, porque nem todos os que aqui moram, andam armados em parvos e aos tiros e às facadas às pessoas – que proporcionaria outra visão de ver as coisas.
Como se pode perceber, não vou obrigar nesta sexta-feira 13 o “Marmitas” a ler Liev Tolstói ou a ouvir a ópera Des Teufels Lustschloss de Franz Schubert, quando a vida dele foi sempre uma guerra constante onde Deus nunca existiu e que uma nota de música para ele é um calhau. Ou nunca me passaria pela mona acreditar que o “Moisés Maia” (um dos ciganos mais espirituais que já conheci) se pusesse aqui a tocar castanholas como se fosse o Paco de Lucia em versão light. Nada disso.
O que peço, é tão simplesmente que nos enviem, por gentileza, via e-mail clicando ali ao lado, um parecer (que a gente não paga em numerário como é moda corrente no Banco de Portugal e nos consultórios de advogados) sobre os assuntos que mais preocupam alguns dos voluntários do nosso Núcleo Duro que aderiram a esta iniciativa interna. Eu incluído. E passo a apresentá-los:
- Jaime “Canhoto” Silva; país, pobreza, fome.
- Joaquim “Negrão” de Angola; exclusão, racismo e África.
- Tony do Bairro Alto; curtir, futebol e fado.
- Zé “Prisas” Amaral; amor, ódio, paixão.
- Victor “Seringas” Pais; sida, doença, cura.
- Rafa “Verde e Amarelo”; favelas, meninos da rua e o futuro.
Não há pressa nem pedimos que se identifiquem. Mas em Agosto gostaríamos de ter afixado o que nos chegar para toda a gente ler o que se pensa aí por fora.
Talvez até, fazermos disso as nossas próprias Sete Maravilhas. Ou mais.
Ficaríamos gratos.
ps - só mais uma coisa; gostaríamos de ter a permissão de também publicar aqui. Pode ser?
12 Comments:
Não sou grande espingarda mas pode ser que me saia alguma coisa p'ró Jornal.
saddam, o dos fados
Caro Zé: vou tentar!
Um destes dias vou ver se consigo alinhavar duas coisas.
ao ler os temas dos artigos, tenho alguma dificuldade em escolher um (todos me dizem muito). No entanto, gostaria de dizer que pode contar com a minha participação e em breve lhe enviarei algumas ideias soltas transpostas para palavras expondo assim a minha tese. desde já deixo também o apoio para a publicaçao neste fantástico blog
Se me permitirem, também faço muito gosto em colaborar.
Até quando seria conveniente entregar-se os "rascunhos"?
Será com muito prazer, Zé.
Conta comigo.
vai lá e escolhe, Zé.
entretanto prometo um texto a pretexto, depois de olhar melhor as solicitações, ali em cima.
e ainda... para uns momentos menos tensos... recomendo a leitura dos textos da Fausta Paixão. Vai lá!
(ela anda sem inspiração mas eu digo-lhe que os rapazes estão a precisar de animação)
www.homensonline.blogspot.com
Obrigado Zé pela inpiração que deste à Elipse para escrever um texto ao meu desafio :)
Um Abraço
Já mandei uma coisita...
eu também...
Já sabemos (rs)...
Só que estamos a elaborar a melhor forma de expor os textos que nos têm chegado.
Acho que este ano o nosso aniversário do Jornal de parede vai passar-se a chamar o Mural da Cidade reclusiva.
Vocês são todos cinco estrelas.
Gratos ficamos.
bom trabalho pessoal.
chuack!!!!
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