sábado, junho 25, 2011

Má língua







Aqui há tempos, uma amiga no Facebook (a Cristina Vieira) questionou-me porque é que não actualizava o blogue, Ela que está a seguir uma carreira em Direito, (onde lhe desejo o maior sucesso), respondi muito sinceramente que se abrisse a boca nestas últimas eleições ia dar barraca. Mas isso já lá vai. Comi, calei e, verificou-se pelos resultados, que tinha razão. Estalaram alguns vernizes. Zangaram-se algumas comadres, mas a verdade verdadinha nunca veio ao de cima.

Agora imagine-se um gajo que passou três anos e tal na penitenciária por um delito que nada tem a ver com o que as pessoas mais odeiam, as coisas que se sabem. Não por ser cusco. É porque lá dentro, as novidades correm como ratos. E sabemos de factos reais sem provas, a que nem sequer a comunicação social tem acesso, que faziam capas de primeira página se tivéssemos o dever elementar de os denunciar. Talvez só Marinho Pinto ou alguns elementos judiciários o possam fazer. Mas também estão de mãos atadas.

Por questões de lealdade e respeito ao nosso Código de Honra – é a nossa Senhora do Carmo nas prisões – nunca se citam nomes. Mas podem-se dar dicas. E este estado de graça que esta equipa governamental está a passar deve-se ao facto de a maioria dos portugueses não os conhecerem devidamente.

Sei que todos temos telhados de vidro e qualquer pedrada pode estilhaçar uma janela. O que eu sei é que tudo isto é mais do mesmo; ganham os que lá estão e perde sempre o menor ladrão. Daqui a um ano, ou talvez menos, saber-se-á mais de “negócios” que não Freeport ou submarinos. São outros os lobbies, claro. Mas que envolvem a mesma gente. A tal gente que os politólogos, comentarólogos e outros lógolos orientadores de opinião sabem quem são.

No final, e o que mais se interioriza, é que quem se fode somos nós. Talvez até um dia…