não desfazendo
Ao contrário da opinião emitida no texto abaixo (sobre estarmos fartos de ouvir falar de abortos) foi difícil fugir à questão e, desta vez, resolvemos rodar o filme no sentido inverso.
É verdade que os pequenos grandes debates nacionais trazem a vantagem de se discutir as coisas e descobrir a opinião de gente que ignorávamos pudessem existir. O mundo dos blogues não é excepção, e não há cão nem gato com ligação à Internet que não faça valer a sua. Até nós. (rs)
A questão, propriamente dita, não estará em saber se o que está em jogo quando pretendemos analisar qualquer assunto é ou não politicamente correcto, se é ou não socialmente discutível. Afinal de contas, sejamos justos, foi sempre mania dos portugueses gostarem de dar palpites sobre tudo o que se mexe. Por vezes, até do que já está morto de morte matada.
Neste fim-de-semana chuvoso, sentámos oito gajos sem escrúpulos da Ala mais inconveniente para o sossego desta casa e navegámos por aí à sorte. Mesmo ao calhas, um pouco antes de o Benfica ter sido envergonhado na Póvoa do Varzim.
Pelas primeiras leituras, sabíamos de antemão que o SIM ia ganhar. Ainda não percebemos o quê, mas sabíamos. Quanto ao outro lado da fita que estamos a tentar passar, já calculávamos que o oposto colhia menos. Sempre fiel ao comportamento tão popular deste povo que dificilmente, ou em raras ocasiões, sabe dizer não.
Os portugueses nunca dizem não a uma lampreia à moda do Chef, a um bacalhau com grão ou ao borrego assado no forno. Como se comprova na taxa de alcoolemia nas noites das maiores cidades, a malta nunca se nega a uma bojeca bem fresquinha, aos coctails nas disco’s ou, para os mais puros e patriotas, a um bom vinho verde quando se quer dar nas vistas. Tinto, ou branco fresco, também cabe na ementa se se quiser impressionar a gaja que estamos a tentar papar. É necessário é que seja bom e ela também. Para trás podem ficar os casos mais prementes que todos nós precisamos que se resolvam: saúde, educação, emprego, exclusão, porque um dia vou precisar que as coisas funcionem para me poder integrar sem andar ao deus dará.
Daí que, estes oito gajos convidados quase a empurrão, terem mantido idêntica reacção à medida que íamos passando pelos sítios considerados de preferência nacional e que, ao ouvir e lendo os comentadores oficiais do reino, diziam: “É só merda.”
Claro que posso adiantar que me calando me consinto. Mas não é verdade. Há abortos para além das dez semanas que ainda andam por aí em lugares-chave deste país.
É verdade que os pequenos grandes debates nacionais trazem a vantagem de se discutir as coisas e descobrir a opinião de gente que ignorávamos pudessem existir. O mundo dos blogues não é excepção, e não há cão nem gato com ligação à Internet que não faça valer a sua. Até nós. (rs)
A questão, propriamente dita, não estará em saber se o que está em jogo quando pretendemos analisar qualquer assunto é ou não politicamente correcto, se é ou não socialmente discutível. Afinal de contas, sejamos justos, foi sempre mania dos portugueses gostarem de dar palpites sobre tudo o que se mexe. Por vezes, até do que já está morto de morte matada.
Neste fim-de-semana chuvoso, sentámos oito gajos sem escrúpulos da Ala mais inconveniente para o sossego desta casa e navegámos por aí à sorte. Mesmo ao calhas, um pouco antes de o Benfica ter sido envergonhado na Póvoa do Varzim.
Pelas primeiras leituras, sabíamos de antemão que o SIM ia ganhar. Ainda não percebemos o quê, mas sabíamos. Quanto ao outro lado da fita que estamos a tentar passar, já calculávamos que o oposto colhia menos. Sempre fiel ao comportamento tão popular deste povo que dificilmente, ou em raras ocasiões, sabe dizer não.
Os portugueses nunca dizem não a uma lampreia à moda do Chef, a um bacalhau com grão ou ao borrego assado no forno. Como se comprova na taxa de alcoolemia nas noites das maiores cidades, a malta nunca se nega a uma bojeca bem fresquinha, aos coctails nas disco’s ou, para os mais puros e patriotas, a um bom vinho verde quando se quer dar nas vistas. Tinto, ou branco fresco, também cabe na ementa se se quiser impressionar a gaja que estamos a tentar papar. É necessário é que seja bom e ela também. Para trás podem ficar os casos mais prementes que todos nós precisamos que se resolvam: saúde, educação, emprego, exclusão, porque um dia vou precisar que as coisas funcionem para me poder integrar sem andar ao deus dará.
Daí que, estes oito gajos convidados quase a empurrão, terem mantido idêntica reacção à medida que íamos passando pelos sítios considerados de preferência nacional e que, ao ouvir e lendo os comentadores oficiais do reino, diziam: “É só merda.”
Claro que posso adiantar que me calando me consinto. Mas não é verdade. Há abortos para além das dez semanas que ainda andam por aí em lugares-chave deste país.
8 Comments:
Gostei do seu post e concordo plenamente com a sua conclusão. Infelizmente para este país, há demasiados "abortos" por aí...
saudações
Presumo que muito poucos que andam por aí diriam melhor o que neste preciso momento julgo estares a transmitir, Zé.
O fodido dessa treta é que todos sabem que é assim. É só mesmo merda, os fazedores de opinião.
saddam, o dos fados
Olá!
José, os meus parabéns. O nosso melhor está sempre por chegar. E, às vezes, quem sabe, não chegará!?
A cultura dos homens não é feita em gabinetes nem na (...) que nos tentam impingir. A cultura dos homens é feita e torneada com o tempo, com o conhecer os outros e as outras terras. Sem isso, jamais sabemos onde nascemos e, até, se nos conhecemos a nós próprios.
Por isso, as fases mais (educativas) da nossa vida estão sempre por chegar.
Abraços.
Folgo em visitar tal ilustre blog.Só prova que quem está dentro foi por azar.Cá fora há muitos que verdadeiramente aí deviam estar.Talvez com pequenos crimes lesa Pátria e desfalques corruptivos enormes,do tamanho do Alentejo,alguns do tamanho da Suíça (bancos...percebem é claro).
Abortos ocorrem por aí ás manadas de marradas.Pena não terem sido legalizados há umas décadas antes do nascimento supérfluo de muitos dos nossos "queridos" políticos.
Quem se preocupa com integração, reabilitação,educação, exclusão?Quando saiem daí o que acontece?Ficam sem futuro...e acontece o quê?
Bem amigos desejo-vos FORÇA para esta treta do mundo difícil que devem por aí passar, com uma consolação,isto cá por fora está como sabeis...
Ao dispor
Mário
Caro Zé Prisas desculpa lá a publicidade, mas deixei a vossa morada e um pequeno texto na VozdoPovo para que vos visitem!
Obrigada pelo comentário!
http://comnexo.blogspot.com
Abraços
Mário
Muito bom texto. Continuem.
Pensar naquilo que se passa neste rectângulo é um dever de cidadania. Não s pode votar sem saber o que estamos a escolher. Para estarmos informados, temos de meditar, e comunicar com os outros. O esclarecimento é a maior riqueza dos tempos presentes. Quem não sabe, quem não pensa pela sua cabeça não resiste à propaganda tendenciosa. Não devemos ir atrás do politicamente correcto. Devemos formar a nossa consciência sobre o que está a passar-se, o que não é fácil e nunca fica completo, sendo um esforço permanente.
Força d ânimo para uma vida melhor
Cumprimentos
A. João Soares
Entendo-te.
Há poucos que dizem não aos chefes, à prepotência instalada e às injustiças que são o dia-a-dia das nossas próprias vidas, Zé.
Esperemos que as coisas melhorem nesse aspecto e se corrijam os rumos que "os merdas" querem dar a este país.
Temos é que ser nós a fazer um pouco mais do que temos feito.
Cumprimentos à rapaziada. Os sem escrúpulos incluídos.
Nela, Saddam, David, Relvas, Eduardo, João Soares, Sãozinha:
Qualquer estimativa que se possa fazer quanto ao resultado dum país em transformações permanentes ao longo deste últimos anos de democracia, apenas nas pessoas como vocês que estão de fora destes muros, podemos saber mais e reflectir.
Todas as opiniões e comentários que aqui nos trazem são bem-vindos. Melhora-nos o intelecto e ajuda-nos a perceber as coisas com outros olhos.
Ficamos gratos que tenham vindo.
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