sexta-feira, setembro 22, 2006

Blá-blá-blá

Correndo o risco de nos repetirmos, é impressionante dar uma vista d’olhos por estes cinco meses que temos na blogosfera.
Para além do acesso a quase toda a informação e descoberta, vemo-nos rodeados de gente na ribalta da sociedade portuguesa como se tivéssemos sido colegas de carteira. É quase um tu-cá-tu-lá magistralmente atractivo. Claro que não vamos referir nomes, porque toda a gente os conhece. Até os próprios (rs).

Conhecer a vida de um recluso não tem nada de extraordinário comparado com a magnitude de podermos ler o que escrevem jornalistas nas horas vagas e sem estar sob o chicote da deontologia. Saber que um advogado arranja tempo para dissertar sobre os seus processos, os seus casos e clientes num blogue, é arrebatador. Saber de antropólogos, cineastas, fotógrafos e poetas, é deveras delirante. Isto sem falar dos ex-ministros, ex-deputados, ex-maridos ou ex-mulheres, que nos dão a conhecer um pouco da sua vida além daquela que a malta já conhece. Ou mesmo fadistas, recém-licenciados, actores, gente de capa das revistas cor-de-rosa e tantos outros que auspiciam um melhor futuro.

Em tom de brincadeira, costumo conversar sobre o assunto com os residentes deste Palacete com janelas viradas p’ró mar, sobre a forma de como conseguiram alterar alguns mecanismos a quem se interessa por se regenerar e aprender.
Já fazemos a cama e a limpeza do quarto, gratuitamente alugado, mais rapidamente para podermos estar aqui e aí donde nos olham. Já temos motivos de sobra para nos dedicarmos de alma e coração às coisas novas que muitos bloggers ensinam, e já fomos alvo elogioso dos Serviços Prisionais.
Gastamos mais papel e utilizamos as canetas em troca da “seis tiros”. Numa frase; estamos melhor servidos sobre a própria reintegração do que qualquer governo podia dar.

Só podemos agradecer a oportunidade ao Director.
E também desde à malta anónima e talentosa que vai passando, até aos mais recíprocos no que toca à atenção que nos dedicam. Desde gentinha de palmo-e-meio, que volta-e-meia nos visita e nos faz sentir como se estivéssemos a lidar com os nossos próprios filhos, até aos mais curiosos que se espantam por saber que existimos.

Vamos tentar trazê-los todos para aqui (salvo seja), para conseguirmos estar mais perto desta realidade social que um dia vamos encontrar lá fora.

Bom fim-de-semana!


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5 Comments:

Anonymous Anónimo said...

... e nós vamos dando um jeitinho para ver se isto fica mais simpático para quando saírem, por várias razões, e porque vem aí o Euro outra vez...

(eu sei que é uma alienaçãozinha, mas só à primeira vista, porque é um índice forte do estado da coisa, sensu Peirce)

py

9:35 da tarde  
Blogger ginjasilver said...

De uma cárcere de memórias ninguém está livre(...) O que faz falta é pessoal pranimar a malta quer dentro, quer fora. O resto é blá blá blá.

10:58 da tarde  
Blogger Tânia Magalhães said...

(Mais um) Belo posto, Zé!
Tenho andado distante da blogosfera, mas tive agora a oportunidade de te dar mais um olá, agradecer o teu comentário e dizer-te até que gosto de estar atenta às vozes que vêm de dentro.

Beijos

2:44 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

nada a ver com o post, foste etiquetado. V

12:57 da manhã  
Blogger Ana said...

Já não ouvia esta música há uns 10 anos (e ainda só tenho 25!!!) Estava numa colónia de férias em Pedrógão e lá para as 7h30 ou cantava-a a quem tinha adormecido ou era acordada ao som do que faz falta... Não tive de certeza uma adolescência de cortar à faca!!! São muitos os momentos bons que guardo e só de vez em quando é que me lembro da aula de técnicas de tradução de inglês em que a colega da carteira de trás não parava de chorar: o namorado estava detido na tutoria do Porto... tinha sido apanhado a traficar droga no bairro do cerco, essa bela localidade...

11:04 da tarde  

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