A preto e branco
Foto retirada do blogue do Pedro Nobre.
Numa cela, um gajo sozinho pode dar em maluco. Eutanar-se até.
Nos horários dependentes, um gajo sozinho pode ter ideias levadas da breca ou do caralho e querer acabar com as preocupações de segundos e terceiros a quem só damos encargos. Contam-se os centímetros, as barras de ferro, as baratas que nos entram pela grade. O frio. O grito de noites mal dormidas que nos distinguem dos cem metros que nos separam daquela rua mesmo ali à nossa frente. A ausência de poetas. A anulação de pensamentos positivos. O sentir que podemos ser alguma coisa.
Por vezes, somam-se ilusões. Acumulam-se fundos nas esperanças retardadas que os tribunais teimam em prolongar e uma nudez que não tememos em mostrar.
Vale-nos, por vezes, a imensidão deste vazio. Uma palavra dos tipos que nos visitam. Ou os olhos das Carvoeiras e a maneira que têm de olhar. (link)
6 Comments:
Ó seu "filho da puta", muito gostaria eu de abrir essas janelas feitas de grades. Quanto gostaria de abrir o peito e dar-te um abraço só pela maneira de te retratares. Quanto gostaria de ter ver bem, Zé.
Pode ser que um dia...
saddam, o dos fados
Ó seu "cabrão", nem fazes ideia de quanto esse abrir de peito e o abraço nos fazem sentir melhor.
Aliás, devemos-te alegres momentos nostálgicos nas noites que vamos ouvir fados.
"Por vezes, somam-se ilusões. Acumulam-se fundos nas esperanças."
Nós temos ilusões e esperanças de que haveremos de salvar um rio.
Engrossem, connosco, este caudal de esperanças e de sonhos.
Conceição Bernardino, já algum tempo andamos para lhe responder e agradecer a sua atenção.
Como deve calcular, a numerosa população que aqui pernoita e vive, nem todos possuem o poder de encaixe sobre o que lhes está a acontecer.
Em qualquer sociedade passar-se-à o mesmo. É apenas uma questão de saber lidar com isso. E pessoalmente, são os sonhos muita das vezes que me mantêm à superfície.
A "realidade da existência" que refere explica precisamente tudo o que se pode dizer por agora.
Estamos gratos pela sua companhia.
Paulo e Luiz, alguns de nós dedicam-se a aprender e a conservar o ambiente. Saudável e equilibrado, como se pretende.
Devo divulgar que o nosso aqui não é muitas vezes o mais agradável. Mas acho que isso acontece em todo o lado.
De qualquer das formas, estamos solidários com a vossa luta. Ainda não sabemos é como fazer por esse rio um pouco mais.
As nossas correntes, como evem compreender, páram junto ao portão que dá p'ra rua.
A malta deixa um abraço.
Há realidades que não ouso sequer comentar pela ignorância que me define neste caso tão legitamente exposto, sobre o qual só me resta reflectir para sentir...
Venho aqui para agradecer as vossas visitas e os vossos comentários! E ler atentamente a vossa visão de dentro dum universo que desconheço sobre o aqui de fora, ou seja, o meu dentro de onde vos leio:-)
Até sempre!
Até smepre
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