domingo, fevereiro 25, 2007

Óscares



Os jogos da Grécia antiga juntavam os melhores homens de todas as cidades para apurar entre eles o mais forte, o mais rápido, o mais destemido. Na América, presumo que desde 1929, distinguem-se os melhores da 7.ª Arte para eleger os que mais se destacaram nesse mundo tão irreal, mas ao mesmo tempo tão verdadeiro e tão fantástico, que é o cinema.

Para quem puder dar-se ao trabalho de dar uma volta pelas Alas deste Palacete, onde, se quisermos, nem a passadeira escarlate faltará, há um filme que se revê vezes sem conta, repetidamente, todos os dias: o da nossa própria vida.
Nessa película, feita de actores que apenas a maior parte das pessoas conhece pelos jornais, existe um guião que ninguém lê. Uma história de pequenos dramas e maiores tragédias que nos impede de sermos laureados. Um leque imenso de pequenos Padrinhos a quem roubaram os anéis.

Em livre tradução, todos nós tentamos ser Freeman’s. Mesmo que qualquer Stone no sapato torne irrecusável a sensação de entrar p’lo Mar Adentro que temos logo ali em frente. Noites de glória onde não se cobram bilhetes. Efeitos especiais que dispensam um guarda-roupa inusitado ou misturas de som que só nós podemos escutar.

A melhor fotografia vem da alma que nos consome. Lentamente, sem maquilhagem, onde os argumentos adaptados vestem a pele de um vilão. No entanto, por vezes, estas curtas-metragens trazem-nos a possibilidade de subir ao palco. De sermos vaiados ou reconhecidos pelo trabalho que fizemos. De ganhar um Óscar.
Aquele Óscar que há pouco, mesmo no intervalo deste filme, soube que o iam libertar.

3 Comments:

Blogger Zé "Prisas" Amaral said...

Amiga São, olá, (permita-me a intimidade virtual), neste espaço está à sua completa vontade de se expressar como melhor entender.

O único senão é o de nós não sermos catedráticos e pelo meio possa surgir alguma palavra menos bonita que possa ferir susceptibilidades.

De resto, agrada-nos sobremaneira tê-la por aqui de quando em vez.

A malta deixa-lhe um xi-coração.
A sério.

4:26 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Não te dou um Oscar, mas uma Klepsýdra de Ouro pela tua iniciativa neste blogue.

Um abraço

10:32 da manhã  
Blogger Conceição Bernardino said...

Olá,

Melhores flores

As melhores flores e
Cores espalhadas em
Manchas
Largas de caminhos
Pisoteados marcados por
Anónimos passos

Poema do livro “Múltiplos de ti” da autora Marita Ferreira

É esta a flor que vos ofereço...
Bom fim-de-semana
Beijinhos Conceição Bernardino
http://amanhecer-palavrasousadas.blogspot.com

8:01 da tarde  

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