Tá um calor do caraças
Traçando a riscos pretos o quadro que fazemos daqui de dentro do que se vai passando aí por fora, asseguro que não vendíamos nenhum. Mais facilmente cantávamos o fado no eléctrico 28 para angariar uns trocos, ou entrávamos numa daquela de vender na Feira da Ladra alguns excedentes da família para comprar aquilo que faz rir. (que felizmente não é o meu caso)
Personalizando a coisa pelo lado cómico da questão, admito circunstancialmente que não perco um episódio dos Simpsons. E se pelo lado romântico tenho um fraquinho pela Maria Sharapova, admito igualmente que detestamos o Bush, o Alberto João e aquele homenzinho minúsculo que quer chegar a PM.
No entanto, na vertente social específica, e mesmo correndo o risco de me espalhar ao comprido, a ideia defendida por Magalhães e Silva de ter “advogados em todas as 248 esquadras da PSP e 400 postos da GNR, 24 horas por dia, como meio de assegurar o respeito pelos direitos, liberdades e garantias dos cidadãos”, deixa-me de boca aberta. E porquê? Porque tenho gajos aqui, que se dizem cidadãos, que preferiam as paredes das esquadras acolchoadas. (rs)
Num cenário ainda por fazer e muitas histórias por contar, se o candidato ao cargo de bastonário da OA soubesse da missa a metade, “os direitos, liberdades e garantias” nas esquadras e postos de polícia saberia que é tabu.
Nunca renunciei à minha culpabilidade. Também nunca omiti que me sinto arrependido. Mas que faz um calor do caraças nos “interrogatórios” das forças de segurança, lá isso faz.
Que o diga a cabeça de Carlos Rosa encontrada em Chelas enquanto o advogado estava a jantar.
Trinta milhões de euros por ano e emprego a 2600 advogados depois, veremos no que vai dar.