A bola mora ao lado
Nelson Hungria Hoffbauer
À semelhança do que vai acontecer com os professores, nós também avaliamos e somos avaliados. Não duma forma colegial do termo mas apenas para saber como estamos. Quer em moldes físicos (é importantíssima a saúde num local como este), quer no panorama psicológico. Para isso nada melhor do que estar em constante actividade.
Sobre isso tenho a dizer que, ao contrário do que se possa pensar, não temos uma vida completamente ociosa e o lazer é limitado em horários disciplinados. As actividades laborais prendem-nos igualmente. Claro que não abrange toda a população do presídio. Há os “perigosos” que, como o próprio adjectivo indica, estão retidos demasiadas horas devido ao óbvio.
De qualquer forma, a iniciação a este contacto virtual, se alterações residenciais não fizessem, já produziu alguns efeitos em moldes comportamentais. Para além da “novidade”, redescobriu-se um perímetro que se julgava não poder chegar: a contracultura.
Quantos sabiam da existência de Jack Welch, ou de Eduardo Lourenço, ou de Samuel Beckett? Quem se atreveria a ser possível sair à noite "conduzindo" um Google Earth a ouvir Axl Rose ou Red Hot Chili Peppers?
“Podemos fazer mais!”, é o sentimento geral de todo este tempo que nos sobra. E certo é que os diálogos de caserna já não absorvem tantas atenções às novas armas e a “projectos” que, invariavelmente, farão voltar os indefectíveis a tais planos.
À oportunidade que o Director nos deu, o devemos. A todos os que por aqui vão passando, também.
A teamgeist está agora do nosso lado. Ficamos gratos.