Mundo velho
No mundo velho… cuidado!
Existem valores por onde se regem determinadas fatias da sociedade que não se esquecem de os lembrar. Nem tão pouco os velhos reclusos, que ainda vão resistindo ao degredo, me relatam que antigamente era mais fácil roubar, estrangular, matar se preciso fosse, para que a forma da vida deles continuasse a ser a única saída para se conseguir ter alguma coisa.
Tenta-se pensar que hoje em dia consegue-se ultrapassar muitos obstáculos que eram intransponíveis no tempo dos burros andarem pela cidade.
Por isso, falar da vida de um bandido (ou outro adjectivo que se lhe queira dar) não é fácil. E por razões internas e pessoais, mesmo que o pudesse relatar, nunca o faria. Mas se os que o são a publicassem, teriam igual sucesso como Charrière ou Caryl Chessman. Ou até outros, de igual género mas com imunidades diferentes, o conseguiriam.
Ao absorver o que se passa no exterior, e falar de outros bandidos que toda a gente sabe quem são, muita das vezes nos interrogamos se estamos no lugar certo ou há qualquer coisa errada no sistema social que nos abrange.
E ficamos um bocado à nora.
Basta folhear os jornais que nos entregam gratuitamente. Bastas-nos um clique para saber que nem tudo anda bem aí por fora. Por vezes, chega-nos a simples informação do estado das coisas pelos comentários que nos deixam (obrigado Py) ou pelo e-mail que nos enviam.
Os tópicos avulsos que nos chegam sobre a Independente, o cartaz no Marquês que a gente não consegue ler daqui, ou o idiOTA que o Gato Fedorento tão bem retratou (e que afinal não é engenheiro), trocam-nos a maneira certa de pensar.
E questiono-me sobre o conselho do meu vizinho da cela ao lado, quando me diz:
- Se pensas em refazer a tua vida lá fora, bulir, estabilizar e tal ou essas merdas todas, estás fodido meu.