Nestes últimos três meses, a tentativa abonatória na divulgação aos nossos meios de lazer, das nossas situações, das coisas que somos capazes de fazer, têm tido eco nos meios de comunicação social. Mais a Televisão Pública, que deu a conhecer determinados aspectos da vida de um/a recluso/a ou vários.
No entanto, é necessário ir mais longe.
A última reportagem na RTP refere o Estabelecimento Prisional de Paços de Ferreira, onde o Hélder Reis (da Praça da Alegria, e rapaz de boa-vontade), provavelmente limitado pelo Director daquela prisão, não se pôde alongar em questões que são do interesse público e não só. Nosso também. A olaria por exemplo, dito pela própria monitora, é um curso técnicoprofissional que ali funciona apenas como medida terapêutica para preencher os tempos mortos. E ficámos parvos e mortos, ainda mais do que somos. Então e o resto…?
Ninguém abordou de uma forma mais clara os protocolos com as entidades regionais, profissionais e escolares, onde estão inseridas cláusulas muito mais abrangentes no que diz respeito à Formação. Nem as condições precárias daquele estabelecimento correccional. Ou as
alegadas violações em Setembro que a Imprensa não divulgou, e a própria (in)preparação do Corpo de Guardas Prisionais ao serviço.
ps - (num estudo por alguns de nós efectuado “sui generis”, é uma das piores prisões em termos de formação)
Não cabe a nós decidir, porque a informação obtida na Internet ou nos canais de informação públicos é o único meio de saber destas coisas. Mas a todos nos parece uma refeição vegetariana, mal preparada, onde a ausência de caça e pesca é notória. E nestas coisas que nos tocam mais no fundo, tudo tem que ter uma definição atendível. Ou é carne ou é peixe!
Bastava ter perguntado ao Director quais as necessidades mais prementes que os reclusos, e a própria directoria, careciam. Quais os desenvolvimentos que o novo Programa da Reforma Prisional abrange e estão a ser postos em prática. Se estavam a ser cumpridos, e que apoios o Ministério teria já disponibilizado ou quais as medidas que o próprio ministro – e o Governo – possuem em agenda.
É que por muita abertura que haja neste nosso Palacete, outras há em que não se toleram mordomias como as nossas.
E na impossibilidade de contactar quem quer que seja em outras reclusões – por alegados motivos de segurança – compete a este blogue difundir estas preocupações e sugerir soluções.
Mas o Ministro da tutela não dorme cá. Nem sequer se digna almoçar numa das melhores vistas p’ró mar.
Por isso, meninas e meninos dos blogues, isentos de aqui virem parar, tentem alertar que a reinserção, deveras apregoada quando "lhes" dá jeito, pode ser a “História da Carochinha”, do “Capuchinho Vermelho” ou da “Bela Adormecida”.